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O pintor trabalha como alguém que tenta tirar a  poeira de uma superfície. Seus pincéis, panos, esponjas, espátulas, um para cada cor, desocultam imagens. Sobrepondo pinceladas, acumulando traços e cores, por meio  de  finas  ou grossas camadas, delicados ou energéticos gestos - insistindo sempre - para fazer da contemplação uma experiência. Ninetta Rabner pinta interessada em ambigüidades, em gestos incompletos, limites incertos,  apagamentos.  Luta  para  fazer  falar a linguagem da pintura e não seu autor. O que surge são imagens de um mundo impalpável, imaterial, fugitivo. O conjunto de seus trabalhos mostra realidades escondidas e nos fazem passageiros clandestinos dessas narrativas.

Sergio Fingermann

Artista plástico, professor, escritor e arquiteto

 

 

 

 

A Conversa

Seu passado presentifica a luz suave, cor da terra árida, azul céu/água, tudo está no fenômeno, ser humano; Ninetta. As barreiras entre Brasil e Grécia foram anuladas. Figura ambigua !? Não.

Um comportamento desinteressado apenas para tocar, fazer sentir os tons terra desobstruindo caminhos dentro da tela, limpando o olhar e no mesmo momento surgindo construções intrigantes, misturas do passado com o presente. "Basta inventar signos. Quando se possui um autentico sentimento da natureza, pode se criar signos que sejam equivalentes entre o artista e o espectador. " .....Matisse, escritos e reflexões sobre arte. Ninetta percorre o papel, a gravura, a tela. Técnica e prática são dominadas, tornando sua manifestação poética atraída por um olhar harmonioso do espectador . "Desenhar ou pintar não é questão de usar determinados materiais (lápis e papel x tela e tinta) mas de lidar com estas polaridades, independente do material usado. Se a pintura é um discurso para um público, o desenho é um murmúrio do artista consigo mesmo." Baravelli" Assim a Arte intuída por Ninetta eleva a alma do observador. (A conversa foi um encontro sobre conceitos de arte com Evandro Jardim, Ninetta Rabner,Sergio Scaff e Bel Lacaz, realizada no Ateliê de Evandro.)

Bel Lacaz / Sergio Scaff

Curadores da Galeria de Arte do Clube Paulistano

 

Em sua criação está presente a raiz do mistério, onde seu espelho de base está  no desígnio, este tratado da essência se representa na condição social da memória.

Seus significados se transformam em significantes, pois, busca a inquietação da produção  consciente. Sua expressão subjetiva se transmite no envolvimento das origens, origens como sedução do ato de criar!

Ninetta, sua arte é também voltada para a intuição, em suas faculdades de perceber e discernir junto ao raciocinar. Seu conteúdo é abrangido pelo núncio do estado de concatenar, assim, envolvendo-se no sagrado.

Olívio Guedes

Diretor cultural  e curador da Galeria Hebraica

O enigma da escrita

Toda escrita, em certa medida, é um desenho. Basta se estar perante uma caligrafia desconhecida para verificar como as imagens podem ser encantadoras independendo do seu significado lógico-racional. É no olhar que os signos desvendam um conhecer do mundo. O conjunto de obras da artista plástica Ninetta S. Rabner apresenta soluções plásticas a partir de jornada realizada recentemente para a Grécia, seu país natal, onde pode vivenciar as dificuldades econômicas e sociais (de seu país) na atual conjuntura globalizada. Em termos visuais, surge uma poética em que a discussão passa pela sobreposição de planos e cores e pela contínua preocupação de atingir uma maturidade técnica regida pelo aperfeiçoamento e pelo dialogo permanente entre a escrita inserida na imagem e a construção de espaços que escapem do óbvio.

Oscar D’Ambrosio,

Integrante da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil).

 

​A pintura de Ninetta Salfatis Rabner é, como ela costuma afirmar, "uma tentativa incessante de recriar as coisas". Mas ela não dá a sua versão plástica das coisas uma visualidade próxima do real pois o que ela procura atingir com sua arte é a essência das coisas e não sua aparência. Sua pintura nasce de um diálogo de formas, cor e sombras, luzes e espaços que se entrelaçam em um jogo prazeroso, quase musical.

Enock Sacramento

Membro da Association Internationale des Critiques d'Art, Paris.

 

 

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